Monday, April 30, 2007
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Sunday, April 29, 2007
UM TRIBUTO À ESCRITORA " LYA LUFT " , RIO GRANDE DO SUL , BRASIL .


LYA LUFT
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A escritora Lya Luft recebeu a DW-WORLD para uma conversa na sua casa, em Porto Alegre. Ela falou sobre a imigração alemã no Brasil, sua admiração por Rainer Maria Rilke e Günter Grass e a experiência de escrever para a "Veja".
Gaúcha de Santa Cruz do Sul e descendente de imigrantes alemães, Lya é uma das escritoras de maior sucesso do Brasil na atualidade. Perdas e ganhos vendeu mais de 425 mil exemplares, Pensar é transgredir já chegou aos 180 mil e sua coluna na Veja atinge um público em potencial de quatro milhões de leitores. A entrevista foi no pequeno escritório da escritora em sua casa, entre livros, fotos da família e CDs de Maria Bethânia, Elis Regina, Bach e Beethoven.
DW-WORLD: Tu podes falar um pouco sobre tua infância?
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Lya Luft: Eu nasci em Santa Cruz do Sul, que sempre foi uma cidade típica de descendentes de imigrantes alemães. Meus antepassados de parte de pai e de mãe vieram naquelas primeiras levas, em 1825. Em geral eu digo que alemão fica bom depois de algumas gerações amaciando no Brasil. Passei a minha infância numa casa grande, com uma família divertida, mas com algumas coisas muito severas. Eu contestava isso e coloquei um pouco em dois ou três dos meus romances, principalmente na Asa esquerda do Anjo.
Na minha família se falava "nós, os alemães, e eles, os brasileiros". Isso era uma loucura, porque nós estávamos há gerações no Brasil. E como eu era uma menininha muito contestadora, um dia, com 7 ou 8 anos, numa Semana da Pátria, me dei conta: "Por que falam 'die Brasilianer und wir'?". Eu quero ser brasileira. E aí começou essa história – claro que naquela época eu não sabia das negras de origem africana vendendo acarajé nas ruas de Salvador –, mas eu digo que sou tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana que vende acarajé nas ruas de Salvador. Talvez meus antepassados tenham vindo antes dos dela, então eu sou mais brasileira do que ela.
Eu nunca concordei com essa afirmação generalizada no Brasil que diz "vocês lá no Sul nem são bem brasileiros, vocês são meio europeus". Isso não me elogia em nada, eu não quero ser européia. Eu tenho o maior respeito pela cultura, pelo trabalho, pelas artes, pelas tradições de vários lugares na Europa, mas eu sou brasileira e quero gostar do Brasil.
Tua primeira língua foi o alemão?
Eu nasci em 1938 e logo em seguida começou a guerra. Em casa falávamos alemão, mas em seguida tive que falar português porque o alemão foi proibido. Minhas avós falavam alemão. Nenhuma conheceu a Alemanha. Eu me lembro delas sempre lendo. Isso é uma coisa legal que eu tenho delas – todo um imaginário dos contos de fadas.
Elas não conheceram a Alemanha, mas sempre tiveram essa imagem...
Era o lugar ideal. Principalmente para a minha avó materna. "Nós, os alemães..." Havia uma utopia e que tem a ver com uma certa arrogância européia, de um modo geral, que eu acho detestável.
Isso de elogiar os gaúchos dizendo que eles são europeus é tipicamente brasileiro.
Bildunterschrift: Capa da tradução alemã de 'As Parceiras'É um pouco de inferioridade que faz contraponto à arrogância européia. E com a ignorância européia e americana a nosso respeito, que é quase total. E um pouco... o sujeito que se sente inferior também ironiza. Há um desprezo, no fundo. Não é um elogio. É um distanciamento e uma coisa pejorativa. Por isso eu não gosto.
Eu me lembro de nós recebermos, na Deutsche Welle, e-mails de pessoas jovens falando em "Vaterland"...
Eu acho isso uma loucura. Então devem ir embora bem depressa. Isso é de uma pobreza... O sujeito que não consegue amar seu próprio país também não vai conseguir amar o Vaterland [pátria] utópico.
Tu achas que dá para dizer que há um culto à Alemanha entre os descendentes?
Eu nunca tinha ouvido falar nisso. Tu és a primeira pessoa que me diz isso. Meus filhos nem falam alemão. Fiz questão de cortar. Querem falar alemão? Vão aprender.
Mas há uma cultura alemã, como a Oktoberfest.
Claro, mas isso é simpático. Não devemos renegar as raízes. Isso é muito legal. É como você ter CTG [Centro de Tradições Gaúchas]. Mas daí a morar no Brasil, ser de várias gerações e falar em "Vaterland"... Acho isso um horror. Então todos os açorianos devem falar: "Oh, pátria portuguesa!". Eu sou uma libertária e de certa forma anarquista. Eu não gosto disso. Tenho muito respeito e há uma raiz minha germânica, ligada à cultura e à educação, que me agrada. Agora, há uma certa arrogância e um preconceito que me desagradam. E um sentimento excessivo e rígido de dever. Mas eu não sou por cortar raízes ou renegar tradições.
No Reunião de família, o professor, que era um cara muito frio, muito cruel, no começo ele era de origem alemã. Uns tipos que eu conheci na minha infância. Aí resolvi mudar. Eu não quero ser porta-voz dos descendentes de imigrantes alemães. Eu não quero ser porta-voz de nada. Eu quero ser completamente desligada. Eu quero minha liberdade para o exercício da minha arte, do meu trabalho.
A cultura alemã te influenciou?
Sim, muito. Essa é a parte que eu agradeço. Havia uma literatura alemã, francesa, italiana enorme na minha casa, além de brasileira e portuguesa. Li muito literatura alemã. Aos 11 anos decorava longos poemas de Goethe e Schiller. Para mim era natural. O que eu sempre combati é o seguinte: na Alemanha é melhor. Se na Alemanha é melhor, vá para lá. Eu não gosto das utopias que têm uma semente de arrogância. O Brasil tem muita coisa bagunçada, mas sempre que eu vou para o exterior e chego aqui, bom, esta é a minha terra. Eu gosto de morar aqui. E no Brasil, eu gosto de morar em Porto Alegre. E em Porto Alegre, eu gosto de morar nesta casa.
Quais teus autores favoritos em língua alemã?
Günter Grass. E Rilke. É um autor que leio sempre. Tenho uma edição de poemas em papel de seda que meu pai me deu quando eu era adolescente. Uma coisa que agrada tão imensamente por tanto tempo tem a ver com uma afinidade. É a coisa do "belo sinistro", o que tem muito a ver com a minha literatura. Tem muito a ver, também, com o "belo sinistro" dos contos de fada. Não quer dizer que Rilke tem a ver com os contos de fada. Os contos de fadas nórdicos são todos belos e terríveis. Os personagens sofrem muito, todo mundo tem que pagar um preço horroroso para ser feliz. Aquela coisa que é bonita, mas também meio ameaçadora. Tem um pouco desse "belo sinistro" em Rilke, também, e tem muito na minha literatura. Fecha uma coisa dele comigo que eu gosto imensamente.
Como está sendo a experiência de escrever para a "Veja"?
Muito boa. Quando a Veja me convidou, minha primeira atitude seria dizer não. É uma loucura, são um milhão de assinantes. Eu pensei: "Não, eu não vou querer esse compromisso a essa altura da minha vida". Conversei com meus filhos. Eles acharam graça. "Mãe, só tem duas razões para tu recusares. Uma é preguiça, a gente sabe que tu és meio preguiçosa. A segunda é covardia, e tu adoras um desafio, tu não és covarde."
É a primeira vez que uma mulher é colunista da Veja. Se eu recuso, vão dizer "tá vendo? Convidamos uma mulher e ela já quer cair fora". É a primeira vez que tem um colunista gaúcho, tirando o Luis Fernando Verissimo. Não, eu não podia cair fora. Nas duas primeiras colunas eu fiquei mais tensa. Veio aquela enxurrada de e-mails. Mas como o ser humano se acostuma com tudo, hoje faz parte do meu cotidiano.
Cite um livro em alemão que tu gostarias de traduzir.
Qualquer coisa mais recente do Günter Grass. Ele é muito trabalhoso, tem uma linguagem não muito simples e descreve usos, costumes e lugares da Prússia Oriental ou da Boêmia que mesmo meus amigos alemães desconhecem. Um campo vasto era uma tradução impossível. Ele é muito difícil de traduzir, mas maravilhosamente metafórico. É uma pessoa que eu gostaria de conhecer.
Alexandre Schossler
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O SOLITÁRIO E A LUZ DO FAROL

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Saturday, April 28, 2007
Friday, April 27, 2007
UMA MÚSICA TÃO LINDA ME ESPERAVA NA MADRUGADA
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Wednesday, April 25, 2007
CANÇÃO DO RIO DO MEIO
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Monday, April 23, 2007
LAMPARINA DE MINHA NOSTALGIA
MANSAMENTE ILUMINA UM SER
SOZINHO E ÁVIDO DE CARINHO ,
EM SEU NINHO AGASALHA A SUA DOR
PUNGENTE ...
OUTRA VEZ ABRE A FERIDA DOLORIDA ...
DANDO ASAS À VIDA SOFRIDA
AMARGURADA PELAS PERDAS VIVIDAS ...
TANTAS SAÍDAS ...
PERDIDAS ... VENCIDAS !
TODAS GUARNECIDAS DE UM AMOR LATENTE ,
ETERNAMENTE ACALENTADO
PELA SAUDADE DURA E VAZIA
DO SER FUGINDO ...
NA MELANCOLIA ,
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A MÚSICA E OS REINOS ELEMENTAIS

OS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA
A MÚSICA ELEMENTAL
Podemos fazer uma correlação entre o Universo fenomênico e uma orquestra sinfônica. O mundo é formado, sob o ponto de vista esotérico-filosófico, por 4 elementos (ou Reinos elementais), a saber: Terra, Fogo, Água e Ar, coroados por uma quintessência, o 5º Elemento, chamada de Éter. Há, além desses 5, mais dois, chamados de Adhi e Samadhi (o 6º e o 7º elementos). Esses 4 elementos, dentro do universo da música, estão representados pelas 4 classes de instrumentos que se harmonizam. Eis:
Elemento - Instrumentos
Terra
Fogo
Água
Ar
Percussão
Metais
Teclados
Sopro
E o 5º Elemento, o Éter? O que vem a ser dentro de uma orquestra? E o 6º e o 7º? Eis a relação maravilhosa e perfeita da Sabedoria Gnóstica dentro do Pilar da Arte, no campo da Música Sagrada:
Éter
Adhi
Samadhi
Coral
Pausa, Silêncio
Maestro
O Maestro, ou Regente, com sua batuta (o Báculo, ou Cetro), dentro dessa simbologia toda, viria a ser o Mago do Arcano 1 do Tarô, aquele que rege os Elementos, aquele que os domina de acordo com o Poder da Vontade (Kriya) e do Conhecimento Superior (Jnana, Gnose). Observe os detalhes da carta (Arcano) número 1 do Tarô Egípcio.
As 3 Forças Primárias que deram origem ao Universo, tanto no Macro como no Microuniverso, estão representadas pelas 3 estruturas musicais, a saber:
Ritmo
Força Positiva, o Santo Afirmar
Melodia
Força Negativa, o Santo Negar
Harmonia
Força Neutra, o Santo Conciliar
A grande maioria das composições clássicas, especialmente aquelas criadas pelos grandes Compositores-Iniciados, tais como Mozart, Beethoven e Wagner, possui essas três estruturas. Por isso fazem tão bem ao público, não somente para os ouvidos ou o sistema nervoso, mas também servem de alimento energético para a Alma, ou seja, para os Corpos Internos do Ser.
Infelizmente, nos dias de hoje, a sociedade dita moderna não dá valor ao poder oculto da música e cultiva elementos extremamente prejudiciais. A mal chamada música rock, os ritmos afro-brasileiros, afro-cubanos etc., são prejudiciais à saúde mental e física e também à Evolução da Alma do ouvinte.
Com essa afirmação não queremos passar por discriminadores da cultura popular. Ao contrário, queremos com isso "separar o joio do trigo", afirmando que devemos ser mais críticos com tudo aquilo que entra em nosso Mundo Interior. Não somente disciplinar os alimentos materiais, não somente o ar, mas também os diversos tipos de energia, entre os quais estão as Vibrações Musicais.
Você tem algo a dizer sobre este texto? Então escreva para o e-mail gnosisonline@gnosisonline.org
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Sunday, April 22, 2007
A IMPORTÂNCIA DA EVANGELIZAÇÃO
Rosana Verzignassi
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A Importância da Evangelização
Rosana Verzignassi
Como é de conhecimento de todos nós, a criança tem um papel muito importante no futuro da humanidade. Esta realidade nos faz pensar e analisar o quanto foi feito e ainda há por fazer. E nós já demos os primeiros passos. Vemos que várias crianças estão preocupadas com este futuro; e estão conscientes que este mundo será para elas, tornam-se preocupadas com justiça, solidariedade, ecologia, etc.
Vários segmentos religiosos se preocupam com este futuro. Para nós, no Espiritismo, não poderia ser diferente.
Não conhecemos a vida só do berço ao túmulo, mas sabemos que nossos espíritos não tem a idade do nosso corpo, mas sim séculos e séculos, portanto, se o nosso espírito é milenar, o de nossas crianças também. Aprendemos entre tantas coisas nesta Doutrina maravilhosa, que a cada existência vamos adquirindo mais conhecimentos e experiências; não regredimos, podemos estacionar, mas regredir, jamais.
"O Livro dos Espíritos" explica que a infância é um período em que o espírito se torna maleável, mais fácil de adquirir virtudes, recebe melhor o conselho dos pais. Fala-nos também da grande responsabilidade dos pais na educação dos filhos, dando-nos até um consolo: se tudo fazemos e ensinamos aos nossos filhos e eles não fizeram bom uso de nossos conselhos, a vida se encarregará de lhes mostrar o caminho, muita vezes, pela dor.
Jesus nos disse "A quem muito se deu muito será pedido". Quando ouvimos isso, trememos: O que será que Ele vai nos pedir? Nada do que não possamos oferecer; ora, se acreditamos no Espiritismo, se recebemos tanto dele, por que não oferecer esta dádiva às nossas crianças, fazendo com que desde pequenas conhecam um Deus que é amor; não um tirano que nos castiga e nos manda pro inferno, ensinando-lhes que amando seus semelhantes e a natureza, é amar e respeitar a Deus, e a partir dessa base será fácil encaminhar os outros assuntos que virão vida afora.
Richard Simonetti, no livro "A Constituição Divina", nos diz que a Evangelização Espírita tem condições de mudar certas atitudes nas crianças, para que mais tarde não entrem no vício, mas, essa mudança não é porque obrigamos a isso ou aquilo, ou que se não fizerem pagarão caro por isso, mas porque ela nos dá conhecimento das leis naturais e assim, conhecendo-as, conhecerão naturalmente as conseqüências.
Geralmente queremos resultados rápidos de tudo o que fazemos na vida, mas ás vezes, os resultados são lentos, contudo duradouros. Vejamos por exemplo, um caso de um curso japonês para se aperfeiçoar em matérias escolares. Ele não tem um tempo certo para terminar, respeita a individualidade de cada criança; não terá uma festa de formatura, mas os conhecimentos adquiridos ao longo do curso são duradouros (fixam no cérebro para sempre). Assim é a nossa Evangelização; os resultados vão aparecendo aos poucos e ficarão para a vida toda.
"O QUE UMA CRIANÇA NÃO RECEBE, ELA RARAMENTE PODERÁ OFERECER MAIS TARDE''
P.D. James (Riders Digest)
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A ARTE E O AMOR NO UNIVERSO DA MEDIUNIDADE
Wilson Francisco
O exercício da mediunidade pode ser transformado numa investigação - numa busca da verdade, revelando e disponibilizando um outro mundo - novas e diferentes energias.
É instigante e até excitante estar em contato com este outro mundo, desconhecido, impalpável e impermeável às ações físicas dos seres humanos desprovidos deste dom da intermediação.
O médium é um ser cuja constituição psíquica é permissiva aos fenômenos psíquicos. O seu histórico pré-encarnatório e atual é composto de episódios psíquicos prenunciadores e predisponentes à mediunidade.
Em virtude do mundo sobrenatural ser inacessível ao homem comum, o médium aparenta ser um ente meio divinizado, um universo fenomenológico que atrai ou estimula o sonho, podendo tornar-se, então, um mito.
Por outro lado, o médium é um astro, pois interpreta este outro mundo. É portador de uma especialidade psíquica - de uma genialidade incomuns.
E estas ocorrências podem fragilizar a sua estrutura, enquanto homem ou mulher, com vida e compromissos sociais como qualquer mortal.
É fascinante o instante da ação mediúnica no Centro Espírita. Todos envolvidos num clima de mistério ante o "contato" que está por acontecer. É um momento solene. A hora de se despojar e de se expor. Deixando de ser e ter para que alguém, o Espírito comunicante, possa ser e possa ter.
Caso lhe seja difícil compartilhar seu universo - suas idéias e sentimentos, se transfigura o fato mediúnico numa ocupação indevida de espaço.
Há, ainda, as idéias dos companheiros de equipe, o "jeito" do dirigente, que vai conduzir aquele encontro, que vai estabelecer as regras do jogo que se vai jogar.
O espírito comunicante representa o outro lado da história, com suas emoções e buscas. As vezes, nem ele sabe de onde vem e porque vem. É um ilustre desconhecido ou sente que é a “ovelha desgarrada” que tentam recolher ao aprisco. Resiste às mãos estendidas em certas ocasiões e noutras, rende-se e desaba a procura do "colo" confortável que lhe dê lenitivo às dores.
O médium, instrumento principal dessa fenomenologia, nem sempre é uma pessoa especial, dotada de sabedoria e virtudes. Envolvido nesse processo que atrai por conquista ou necessidade, ele passa por uma catarse, sabatinado pelas informações e lições que veicula, transmitidas pelo mundo dos "mortos".
Se o processo se encerra aí, na fenomenologia, o médium terá reduzidas chances de modificar sua história. Será portador de mensagens qualificadoras, proporcionará o resgate de almas e homens, mas ele próprio ficará intacto - imexível.
Agora, se ele incorporar não só o Espírito, mas também todo universo de informações - lições e ações daquele fato e daquele ser, então poderá entrar na "roda das transformações", migrando da condição de mero interprete e instrumento, para o estágio de agente do Bem, que é o objetivo fundamental da mediunidade em nossas vidas.
Eu disse, atras sobre o fato de que o médium, ante o Espírito comunicante, no ato mediúnico, precisa se expor - despojar-se, deixando de ser e ter.
Sabe-se, a qualidade fluídica e a clareza informativa, tanto quanto a profundidade formativa dependem do despojamento. O médium entrega, abre espaço, cede seu universo energético, emocional, espiritual e físico, para que outro ser ocupe seu lugar.
Se ele não deixa de ser e de ter, se age sem resignação e humildade, o intercâmbio sofrerá limitações. O espírito comunicante será oprimido, reduzindo e desqualificando este majestoso acontecimento.
E convenhamos, uma pessoa que na vida diária não é solidária e nem tem disponibilidade para servir, quando envolvida numa situação de tamanha perplexidade e sutileza, fatalmente desabará, pesadamente, na sua própria fragilidade.
E, por fim, podemos destacar como oportuno, que o médium e todos que se envolvem na mediunidade, poderiam examinar melhor cada detalhe, na performance do médium, o que ele sente e vê e as sensações decorrentes do contato com este outro mundo, para extrair daí aprendizado para suas vidas.
Na verdade, a beleza da mediunidade está nos resultados e efeitos na vida do ser humano. Sem isso, será simples fenomenologia, que deslumbra os olhos mas não toca o coração.
e-mail: arteviversemmedo@bol.com.br
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DEZ MANEIRAS DE AMAR A NÓS MESMOS

MENSAGENS ESPÍRITAS
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Dez Maneiras de Amar a Nós Mesmos
1 - Disciplinar os próprios impulsos.
2 - Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.
3 - Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros.
4 - Aceitar sem revolta a crítica e a reprovação.
5 - Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.
6 - Evitar as conversações inúteis.
7 - Receber o sofrimento o processo de nossa educação.
8 - Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.
9 - Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.
10 - Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nós mesmos sem desanimar e colocando-nos a serviço do Divino Mestre, hoje e sempre.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Paz e Renovação.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
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Saturday, April 21, 2007
ATUALIZAÇÃO DO SITE DO POETA FERNANDO REIS COSTA , NÃO DEIXEM DE VISITÁ-LO , VALE A PENA MESMO ! ... NANDO ... COIMBRA ... PORTUGAL .
- ACTUALIZAÇÃO -
Tomo a liberdade de Vos convidar para uma visita ao meu Site
...e a deixarem o Vosso registo no Livro de Visitas
Clic p. f. nas páginas seguintes - (em baixo):
*
MULHER APETECIDA
(Fernando Reis Costa)
http://www.ventosquepassam.com.br/Mulher_Apetecida.htm
*
PÁGINA PRINCIPAL - INDEX
http://www.ventosquepassam.com.br/
*
«SE NÃO DESEJAR RECEBER ACTUALIZAÇÕES, CLIC AQUI - E, EM ASSUNTO, ESCREVA "REMOVER ENDEREÇO"»
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O POETA E A PRIMAVERA ... FERNANDO REIS COSTA ... COIMBRA , PORTUGAL . Agradeço as lindas poesias enviadas e belíssimas músicas gravadas , Sandra

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Friday, April 20, 2007
Thursday, April 19, 2007
Wednesday, April 18, 2007
" A arte nada tem a fazer com limites , algemas , mordaças : ela lhe diz : Vai ! ... E larga você nesse jardim de poesia onde não há frutos proibidos
Autora : Rosangela Scheithauer
EDUCACIÓN POR EL ARTE
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A MAGIA DA DESAPARECIDA ATLÂNTICA
HISTÓRIA DA ASTROLOGIA E ASTRONOMIA
DAS ESCOLAS DE MAGIA DA DESAPARECIDA ATLÂNTICA , A CORRENTE DA SABEDORIA SAGRADA FLUI EM DIREÇÃO AO SOL NASCENTE PARA REGIÕES DA ÁFRICA CENTRAL ,E DE LÁ PARA A COSTA ,CRUZANDO O GOLFO PÉRSICO ATÉ A CALDÉIA .
EM SEGUIDA , DAS MARGENS DO SAGRADO EUFRATES E DAS PLANÍCIES DE SHINAR ,A CORRENTE REFLUI ( COMO SE ESTIVESSE EXAUSTA E BUSCASSE REPOUSO ) EM DIREÇÃO AO SEU LAR NATIVO, NOS MARES OCIDENTAIS .
HOUVE UMA INTERRUPÇÃO NA VIAGEM E ENCONTROU UM LUGAR TEMPORÁRIO DE POUSO, NO VALE MARAVILHOSO DO NILO ,MAS APÓS MODIFICAR LIGEIRAMENTE A APARÊNCIA E ADOTAR AS ROUPAGENS DE SEUS BEM DOTADOS PATRONOS , PROJETOU-SE DE NOVO PARA DIANTE , LEVADA PELO INQUIETO IMPULSO DA INICIATIVA EGÍPCIA ,AO LONGO DA COSTA DO MEDITERRÂNEO E DO MAR NEGRO , ATÉ O CÁUCASO E DAÍ PARA O LESTE .
SEGUNDO JÁ INDICAMOS ANTERIORMENTE ,PARA OS CÉUS SONHADORES DA ÍNDIA ...
QUANDO FICAMOS PENSANDO NA VASTIDÃO IMPONENTE E NA BELEZA INCONCEBÍVEL DOS MUNDOS CINTILANTES QUE JUNCAM O DOSSEL ESCURO DOS CÉUS DA MEIA NOITE ,COMO JÓIAS INCOMPARÁVEIS , SOMOS OBRIGADOS A ADMITIR QUE A CONTEMPLAÇÃO DO FIRMAMENTO BRILHANTE , COM MIRÍADES DE GALÁXIAS DE SISTEMAS ESTRELADOS E AMPLIDÕES DE INSONDÁVEL ESPAÇO ... CONSTITUI UMA ÁREA SUBLIME DO ESTUDO LUMINOSO DAS ESTRELAS ...
SOMENTE ENTÃO, É POSSÍVEL PERCEBER-SE UM POUCO DA UNIDADE ILIMITADA DO UNIVERSO ...
ENTRETANTO , PARA O ESTUDIOSO OCULTO DO FULGURANTE FIRMAMENTO DA URÂNIA , AS CONSTELAÇÕES CINTILANTES ,DE NOMES CABALÍSTICOS E FANTÁSTICAS HISTÓRIAS MITOLÓGICAS , OS BRILHANTES SÓIS DE TÃO DISTANTES SISTEMAS ASTRAIS E OS PLANETAS RADIANTES QUE PERTENCEM À MESMA FAMÍLIA SOLAR - COMO NÓS -POSSUEM UM INTERESSE MAIS PROFUNDO ... UMA MAGIA ESPECIAL QUE FASCINA E APAIXONA ...
TUDO EM TORNO DE NÓS ,EXCETO ISSO , APRESENTA UM ESTADO DE TRANSIÇÃO...
AO LADO DAS EFÊMERAS MODIFICAÇÕES PROPORCIONADAS PELA VOLTA DAS ESTAÇÕES ,A PAISAGEM AO NOSSO REDOR , MUDA DE ASPECTO ANUALMENTE ...
NA REALIDADE , TUDO EM TORNO DELA SE MODIFICA .
NÃO OBSTANTE ,CONTINUAM NO CÉU AS CRIAÇÕES MAGNÍFICAS ...
COM UM RÍTMO PERSISTENTE E IMUTÁVEL PRECISÃO...
AFETAM SUAS FORMIDÁVEIS REVOLUÇÕES CÍCLICAS , DIÁRIAS E ANUAIS ,EXIBINDO SEMPRE A MESMA LUMINOSIDADE ...
SEMPRE A MESMA ETERNA MAGNITUDE ...
***Continua próxima postagem ***
( " O DESTINO ESTÁ NAS ESTRELAS " )
SANDRA WAIHRICH TATIT
( Em : " Refletindo a Realidade " )
posted by SANDRA WAIHRICH TATIT at 10:09 AM
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About Me
Name: Sandra Waihrich Tatit
Location: Santa Maria, Rio Grande do Sul, BR
ADVOGADA , PIANISTA , ESCRITORA E PROFESSORA . MINHA PROPOSTA É COMENTAR O LIVRO QUE PUBLIQUEI ,"UMA NOVA DIMENSÃO DA ARTE NA EDUCAÇÃO" ONDE PREGO A ARTE COMO UMA FORMA DE LIBERTAÇÃO DO SER HUMANO , UMA GRANDE BUSCA , UM FASCINANTE ENCONTRO . OS ARTISTAS SÃO AS ANTENAS DA RAÇA HUMANA , ELES AUSCULTAM E PRESSENTEM O PORVIR . NUMA OBRA DE ARTE , O EFÊMERO SE TORNA IMORTAL . A ARTE , UMA VIDA DENTRO DA PRÓPRIA VIDA QUE SE ETERNIZA PELO ESPÍRITO . PRETENDO ESCREVER SOBRE DIVERSOS TEMAS. ARTE, POESIA, POLÍTICA,CRÔNICAS,PROSAS POÉTICAS,VISO PREGAR A ARTE COMO UMA DAS FORMAS DE LIBERTAÇÃO DO SER HUMANO. UMA VIDA DENTRO DA PRÓPRIA VIDA QUE SE ETERNIZA PELO ESPÍRITO. A ARTE , UM GRANDE CAMINHO, UM GRANDE ENCONTRO . MINHA FRASE FAVORITA : "CESSA TUDO QUANTO A MUSA CANTA QUANDO UM PODER MAIS ALTO SE AGIGANTA." (Camões)
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Tuesday, April 17, 2007
A DANÇA COMO TERAPIA E HARMONIZAÇÃO INTERIOR



A Biodanza (Sistema Rolando Toro) é um sistema baseado na dança, música e situações de encontro em grupo como meios de produção de vivências harmonizadoras que estimulam a parte sã dos indivíduos e vão reorganizando suas respostas diante da vida. Esta atividade parece produzir efeitos favoráveis para a saúde e qualidade de vida dos idosos, trazendo alegria e bem-estar, melhorando funções vitais e facilitando a expressão de potencialidades latentes. Neste texto, apresentamos um relato de experiência da aplicação da Biodanza para pessoas idosas na UnATI-UERJ e registramos algumas reflexões resultantes dessa vivência. Palavras-chave: idoso; dança; terapia através da dança; qualidade de vida
A DANÇA DA VIDA
A dança foi para todos os povos, em todos os tempos, uma celebração através da qual o homem se afirmava como membro de uma comunidade que o transcendia. Os homens dançaram a guerra e a paz, a magia, a cura, o conhecimento, a arte e a religião. Na dança, o homem está inteiro, não há separação entre o domínio físico e psíquico, e, como a dança não comporta a mediação da palavra, expressa o indizível.
Os corpos dos bailarinos, uma vez em sintonia profunda com ritmos, cantos e melodias a eles se abandonam e se transformam. Esse poder deflagrador da dança sempre foi utilizado pelos povos, desde os primórdios da civilização. Nos rituais sagrados ou profanos, o despertar de emoções comuns em uma comunidade unida reforçava a integração grupal e mobilizava os integrantes frente aos desafios dos deuses, da natureza e de suas necessidades vitais.
A Biodanza tem sua inspiração nas origens mais primitivas da dança. É uma proposta para resgatar esse sentido de integração e união originais e fornecer recursos contra a solidão e fragmentação do homem contemporâneo. O prefixo "Bio" é derivado do termo Bios, que significa Vida, e a palavra Dança, segundo a concepção francesa, vem de movimentos seqüenciais plenos de sentido, que incluem gestos e expressão. Biodanza é, metaforicamente, a "Dança da Vida" (Trotte Filho, 1983).
O CRIADOR
Rolando Toro Arañeda é o criador da Biodanza. Psicólogo e antropólogo, nasceu no Chile em 1924. Ocupou a cátedra de Psicologia da Arte e da Expressão na Pontifícia Universidade Católica em Santiago e foi docente do Centro de Antropologia Médica da Escola de Medicina da Universidade do Chile. Começou suas pesquisas em 1965, como membro do Centro de Investigações Psiquiátricas do Hospital Psiquiátrico e como investigador adjunto na Penitenciária de Santiago. Nessa época, a partir de suas experiências com doentes mentais, elaborou um Modelo Teórico inicial com base em pesquisas científicas sobre respostas neurovegetativas a determinados movimentos. Seus estudos diziam de uma certa vinculação de determinados exercícios a ações reguladoras em nível visceral, com ativação do sistema simpático-adrenérgico ou do parassimpático-colinérgico. Toro afirmava que certos exercícios deflagravam vivências específicas cujos efeitos sobre a percepção de si mesmo e sobre o estilo de comunicação com outras pessoas eram altamente significativos.
Uma captação cognitiva da Biodanza é difícil; seria como explicar o que é amor ou a arte sem nunca tê-los sentido. A vivência é fundamental para que se possa apreender seu significado. Rolando Toro (1991) definiu a Biodanza como "um sistema de integração afetiva, renovação orgânica e reaprendizagem das funções originárias da vida baseado em vivências induzidas pela dança, música e situações de encontro em grupo". Segundo sua abordagem, integração afetiva significa o restabelecimento da unidade perdida entre percepção, motricidade, afetividade e funções viscerais. Renovação orgânica seria o restabelecimento da harmonia homeostática e reaprendizagem das funções originárias da vida como uma retroalimentação do comportamento e do estilo de vida com seus instintos conservadores básicos.
Rolando Toro trouxe a Biodanza para o Brasil em 1977. O nome inicial era Psicodança, mas, a partir de 1979, o nome oficial passou a ser Biodança, e hoje, após a criação da International Biocentric Foundation, está assegurada sua patente como Biodanza, na Europa, na América Latina e por onde se estender.
Poderíamos definir a Biodanza, em uma linguagem mais acessível a um público leigo, como um sistema de integração humano, não interpretativo, com base em movimentos corporais com música, danças e situações de comunicação em grupo. Seus fundamentos teóricos consideram que os exercícios estimulam vivências harmonizadoras, sentimentos, e reforçam os mecanismos naturais de auto-regulação, sendo portanto um agente significativo no combate ao estresse. Através da Biodanza são trabalhados simultaneamente mente e corpo: o homem como uma totalidade na sua relação com a espécie, a natureza e o cosmos. Não se trabalha sobre sintomas revolvendo a miséria humana, mas estimulando a parte sã dos indivíduos.
UMA ESTRUTURA UNITÁRIA
Movimento-música-emoção
O homem vitimado por males da civilização tem uma vida inautêntica e fragmentada. Pressionado por fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais, vive em um estado crônico de tensões, tendo freqüentemente a saúde abalada por estresse, doenças psicossomáticas e neuroses. Mergulhado no caos, pensa uma coisa, sente outra e acaba agindo diferentemente; esse homem dissociado em suas funções vitais é o que poderia ser chamado de "o homem alienado de si mesmo". Uma das alternativas para os numerosos "doentes da civilização" seria a reintegração de suas diferentes funções orgânicas e psíquicas, restabelecendo sua coerência e unidade para fazer frente às pressões da existência.
A Biodanza é um conjunto teórico-prático, coerente, com base em ciências como a Biologia, a Antropologia, a Sociologia, a Etologia e a Psicologia. A eficácia de seus exercícios está enraizada na integração entre a música, o movimento e a vivência em um conjunto organizado, em que cada um dos elementos é inseparável da totalidade. Desta forma, suas partes estão dinamicamente conectadas de tal modo que a modificação de alguma produz uma mudança em todas as outras. O distanciamento semântico entre esta estrutura unitária constituiria a reprodução experimental da dissociação esquizofrênica em que percepção, motricidade e emoção funcionariam independentemente. Um critério para diagnóstico de níveis de dissociação seria a descrição do desajuste entre a música, o movimento e a expressão do bailarino.
O conceito de vivência pode ser definido como um instante vivido. Esta definição se refere a uma temporalidade aqui-agora. A vivência emerge no instante em que se está vivendo e tem uma força real que compromete todo o corpo. Pode ser evocada, mas nunca dirigida pela vontade.
A emoção e a vivência constituem o princípio regulador das funções neuro-vegetativas ativando ou moderando suas atividades. Além disso, induzem mudanças na regulação visceral, na percepção e nas diversas formas de comunicação humana onde não estão excluídas as funções cognitivas, a consciência e o pensamento simbólico que viriam posteriormente.
A indução freqüente de vivências através de exercícios de Biodanza reorganiza respostas diante da existência. Essa ação reguladora não se exerce sobre o córtex cerebral, mas sobre a região límbico-hipotalâmica, centro regulador das emoções. Através desse processo vivência-consciência se produzem mudanças existenciais com um novo tipo de aprendizagem para a vida, a partir dos núcleos afetivos.
A música
A música é indispensável na Biodanza, pois é o instrumento de mediação entre a emoção e o movimento corporal. Através de sua linguagem universal atinge a todos com sua influência e vai diretamente à emoção sem passar pelos filtros analíticos do pensamento. Não é em vão que algumas ditaduras as têm censurado, pois podem trazer à tona e exaltar sentimentos amortecidos ou acumulados e desencadear nos indivíduos reações imprevisíveis. As sinfonias de Beethoven foram proibidas em certos regimes de força pelo seu poder de exacerbar espíritos revolucionários e insufla-los à luta. As marchas militares, gerando passos fortes e decididos nos soldados, têm efeitos adrenérgicos e os mobilizam às lutas. Há grande variedade de músicas, assim como as de caráter religioso, tribal, erótico, euforizante e outras modalidades, que despertam nas pessoas emoções e sentimentos, além de estimularem ritmos diversos e a expressão individual e grupal. Conforme pesquisas de Toro, a música tem o seu poder deflagrador acentuado quando movimentos corporais a acompanham e respondem coerentemente aos estímulos, uma das bases de Biodanza.
Linhas de vivências
Os inúmeros estados de vivência foram classificados em conjuntos expressivos de potenciais genéticos bastante diferenciados. As linhas de vivências são os canais por onde há de circular a programação herdada em suas expressões vitais. São muitas, mas podem ser condensadas em cinco grupos: Vitalidade, Sexualidade, Criatividade, Afetividade e Transcendência. A repressão ou a expressão saudável desses impulsos inatos vai depender de fatores que incidem no decorrer da vida dos indivíduos inibindo ou facilitando a evolução. Estes fatores que atuam na existência são de origem socioculturais, religiosos, econômicos, ambientais, culturais e humanos, enfim, tudo aquilo que, de alguma forma, influencia e altera a vida das pessoas, no sentido positivo ou negativo. Os impulsos, como manifestações instintivas naturais, quando reprimidos, podem provocar dificuldades e patologias diversas. A sexualidade inibida, possivelmente vai provocar neuroses e disfunções sexuais. A repressão na linha da afetividade poderia levar a enfermidades psicossomáticas, psicopatias e depressão. A criatividade, derivada do instinto exploratório, quando anulada ou inibida pode provocar estereotipias, estagnação e mecanização. Estas contenções ocorrem também na área da vitalidade e transcendência. A hipocondria possível, a falta de ânimo, o cansaço injustificado, retratam uma vitalidade debilitada momentânea ou crônica.
A Biodanza não é ligada a crenças, religiões ou seitas, quando falamos em transcendência. Seria, sim, um impulso biológico para a preservação da vida e da natureza, como algo maior do que nós mesmos, uma totalidade da qual somos partes integrantes, onde tudo está ligado e relacionado ecologicamente. Nada revela tão bem esse sentido como a carta do cacique pele vermelha Seattle, do século XIX, ao então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, depois do governo ter dado a entender que desejava adquirir o território da tribo. Aqui transcrevo um pequeno trecho:
Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará. (Ribas, 1994:165)1
Quando falta a transcendência, há egocentrismo, calculismo e indiferença à reservação da vida e da natureza. Estas são características marcantes em muitos políticos, empresários e cientistas que visam unicamente ao poder, indiferentes à sobrevivência da humanidade e a desequilíbrios ecológicos. Estão aí as armas nucleares e biológicas, os pesticidas e as guerras provocadas por ambições econômicas e uma lista interminável de males que refletem essa patologia.
Facilmente percebem-se, em uma sessão de Biodanza, as linhas de vivências dos alunos que estão reprimidas ou desorganizadas, observando seus desempenhos. Mas, com o tempo, vai havendo gradual superação das dificuldades e maior integração em diversos níveis, e o conjunto se harmoniza. A proposta de Rolando Toro (1991) é a de que muitos dos aspectos que tradicionalmente têm sido considerados da esfera psíquica podem ter sua origem biológica. São gerados nos íntimos processos celulares e ascendem por diferenciação à qualidade de impulsos, pulsões ou instintos, transformando-se, no homem, em vivências, emoções e sentimentos.
O grupo é essencial nos processos de mudança, porque induz a novas formas de comunicação e vínculos afetivos. A presença dos semelhantes modifica o funcionamento das pessoas em seus níveis orgânicos e existenciais. Por esta razão não poderia haver Biodanza solitária, pois vivemos em relação.
Um grupo pode ter um mínimo de oito pessoas até centenas delas, como é o caso de Espumoso, uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, onde mais de trezentas pessoas fazem Biodanza semanalmente. É um grupo heterogêneo do qual participam famílias, professores e alunos, médicos e doentes, patrões e empregados, tudo com o apoio de seus dirigentes que cooperam com recursos materiais e operacionais. Basta um facilitador para esse tipo de trabalho e há o benefício na saúde e integração intergeracional de toda uma comunidade.
A Biodanza pode também ser aplicada em grupos específicos com características semelhantes como: idosos; crianças e adolescentes; gestantes; pessoas com dificuldades para estabelecer vínculos profundos, com dificuldades sexuais, em estado depressivo, insegurança, angústia, hostilidade, egocentrismo, carências afetivas, estresse, falta de motivação etc., e em grupos especiais de reabilitação existencial como doentes mentais, hipertensos, mastectomizadas e outros.
A Biodanza ajuda a resolver uma ampla diversidade de problemas e quadros clínicos, porque ativa funções gerais tais como a expressão da identidade, a comunicação afetiva e as funções integrativas do organismo.
A EXPERIÊNCIA NA UnATI-UERJ: BIODANZA PARA A TERCEIRA IDADE
A evolução biológica do ser humano desde o nascimento à velhice, em seu processo vital, é afetada por inúmeros fatores: políticos, sociais, profissionais, ambientais e outros, além da programação genética. Cada pessoa envelhece de maneira diferente e seu declínio psicobiológico é uma expressão de sua existência e estilo de viver integrados dentro de contextos maiores, que os afetam continuamente. As circunstâncias que incidem na história pessoal de cada um podem causar direta ou indiretamente enfermidades ou distúrbios diversos. Esses problemas se acentuam pela solidão e abandono social a que se vêem relegados a grande maioria dos idosos após a aposentadoria ou a fragmentação familiar.
O processo de envelhecimento como um todo é uma espécie de reação em cadeia na qual uma mudança adversa pode desencadear outras reações, contribuindo a um declínio mais acelerado na velhice. A reabilitação ou a prevenção de males geriátricos deverá ser pensada também como um processo unitário que abrange níveis orgânicos, motores, afetivos, intelectuais e sociais (Magalhães, 1979).
Levando em conta os fatores que afetam os indivíduos na Terceira Idade e para que eles preservem o maior tempo possível sua autonomia e bem-estar, novas alternativas estão sendo utilizadas pela Gerontologia e Geriatria. Entre outros recursos, a UnATI-UERJ estabeleceu, em suas atividades, um curso ministrado pela autora, desde 1993: Biodanza: um encon tro com a vida. Este título, poeticamente falando, corresponderia a uma busca de expansão existencial e a possibilidade de encontrá-la ainda que na velhice. O objetivo final da Biodanza para a Terceira Idade é produzir modificações na qualidade de vida dos idosos, melhorando funções e facilitando a expressão de potencialidades latentes.
Depoimento de Rolando Toro sobre suas experiências com a Terceira Idade:
A nossa experiência com distintos grupos de idosos demonstra que o processo de envelhecimento é parcialmente reversível. Não só a deterioração se detém, como um grande número de funções podem ser reabilitadas no nível motor, psicossomático e nos padrões de resposta emocional e intelectual. Os fatores mais importantes no processo de reabilitação são os de caráter afetivo. Esta afirmação não pode parecer estranha se pensarmos que a gênese da inteligência, de acordo com Piaget, está fundamentada em primordiais estruturas afetivas e no processo de formação da identidade. Justamente o ancião experimenta uma perda violenta de suas relações afetivas dentro de uma sociedade que o rechaça, e pela desvalorização e perda de sua identidade como ser humano. Esses dois processos o derrubam na insanidade, na desorientação e na falta de motivação para viver; suas funções intelectuais concomitantemente se vão paralisando. (Toro, 1991)
Os exercícios de Biodanza para idosos na UnATI-UERJ são orientados com a finalidade de equilibrar funções psicológicas, ajudar a recuperação de habilidades motoras, melhorar funções respiratórias, eliminar tensões, rigidez muscular e sintomas psicossomáticos, restabelecer vínculos sociais, reforçar a confiança em si mesmo, estimular a harmonia e plenitude interna, melhorar o estado de ânimo, facilitar a comunicação e possibilitar o acesso à realidade.
METODOLOGIA
Para atingir os objetivos propostos, contamos com um repertório de mais de 400 exercícios, com músicas criteriosamente selecionadas de acordo com os resultados que pretendemos obter. Alguns movimentos da Biodanza são variações ou modificações de exercícios já existentes em outras atividades como seqüências de Tai Chi Chuan; outros se inspiram em ritos e cerimônias de povos primitivos, nas danças contemporâneas ou mesmo na ginástica tradicional. A maioria, porém, são atividades específicas da Biodanza, frutos de muitos anos de experiência em relação a seus efeitos e vivências evocadas (Garaudy, 1980; Katz de Armosa, 1981).
A carícia é um dos instrumentos fundamentais do sistema e, segundo Toro, induziria mudanças em nível orgânico e existencial, assim como exercícios de transe, ambos com efeitos reparadores sobre o desgaste orgânico.
Os critérios de seleção para os movimentos corporais utilizados são: os que estimulam potenciais de integração corpo-mente, comunicação, criatividade, arquetípicos e de sensibilidade. Em todos esses exercícios, são utilizados elementos essenciais de música e cantos para induzir estados emocionais, ativar processos psicossomáticos e estimular o contato interpessoal. Na seleção, eliminam-se as atividades que provocam fadiga e esforço, as de efeitos dissociativos e as que reforçam o hieratismo. É fundamental que os movimentos corporais provoquem bem-estar, pois através deles são ativadas emoções – que, por sua vez, dão origem a intensas vivências integradoras, tais como alegria, harmonia, prazer sinestésico, afeto, sensualidade etc. Cada sessão de Biodanza é estruturada como uma unidade coesa; ainda que haja algum imprevisto, esse sentido de unidade não deve se perder.
A sessão de Biodanza é iniciada com uma abordagem teórica, de acordo com os objetivos fixados para a aula. Podemos também tomar como ponto de partida depoimentos de alunos ou o interesse especial do grupo por determinado assunto, aonde há espaço para discussões e esclarecimento de dúvidas. Para exemplificar, alguns dos temas abordados durante o semestre foram: estilos de vida, a sexualidade na terceira idade, criatividade existencial, estresse, a beleza e saúde na terceira idade, com orientações práticas para melhorias na qualidade de vida e nas questões existenciais. Após essa etapa, segue-se a parte corporal integrada a sentimentos e emoções.
Uma sessão comumente consta de exercícios que estimulam o ritmo, a integração motora, a expressividade, a fluidez, a criação e a comunicação. Há danças individuais, em pares, trios e em grupo, sempre com músicas clássicas ou populares. Eventualmente utilizamos exercícios de corpo-som e melodias, coros polifônicos e de criação poética. As sessões semanais são de aproximadamente duas horas e as aulas se prolongam por um ano. O número de participantes em cada turma fica entre 30 e 50.
A técnica da Biodanza dentro de sua ortodoxia e coerência teórico- operatória não tem contra-indicações. Qualquer pessoa pode fazê-la, beneficiando sem riscos sua saúde e existência.
O facilitador de Biodanza precisa ter nível universitário, alguns anos de vivência em um grupo regular e formação específica mínima de quatro anos, para adquirir conhecimentos profundos sobre o processo que serão aliados à sensibilidade e empatia.
OS ALUNOS
Os idosos aproveitam a Biodanza desde a primeira aula, referindo sentimentos de alegria e prazer. Após algumas semanas, eles já mencionam efeitos benéficos e desde então começam a descobrir o poder da dança em seu significado mais profundo. São os encontros referidos como prazerosos, nos quais são estimuladas as liberdades de sentir, de expressar suas emoções, sua identidade e são valorizados sentimentos de plenitude e alegria. Acreditamos que a auto-estima é reforçada pela capacidade de se sentirem vivos, criando e percebendo em suas vidas maiores possibilidades para assumir sua própria evolução. Quanto às emoções de raiva ou medo, por exemplo, podem ir se diluindo canalizadas e transmutadas através de exercícios de criatividade.
As transformações internas precedem a sua expressão. É bastante comum os alunos se surpreenderem com alguma reação saudável e inesperada que provavelmente se encontrava inibida. É o que o indivíduo demonstra sentir. Aquele que não sabia expressar o seu amor e um dia se surpreende manifestando-o através de um abraço afetuoso ou gestos protetores. É o sujeito medroso e tímido que se percebe enfrentando situação com mais calma e coragem uma situação desafiadora. Confiamos que a própria consciência da sua identidade incomparável, singular e única lhe assegura um lugar no anonimato das massas e o leva a reconhecer seu próprio valor com suas funções, insubstituíveis.
Uma das mudanças que pode ocorrer através da Biodanza é a descoberta da "Poética Corporal". Seria um corpo que se expressa também na velhice, não através da rigidez e das mazelas, mas um corpo integrado, sensível, capaz de emocionar-se, sentir prazer e se expressar coerentemente. A poética corporal independeria da idade, de níveis sociais e culturais, dos artifícios do consumo e dos modismos; seria a coerência estética do corpo com a emoção e a sensibilidade. Está nessa congruência saudável uma forte carga expressiva que comunica e mobiliza os espectadores. Temos como exemplo a Ala das Baianas,2que tem o poder de impressionar as platéias com sua dignidade e graça. Outro exemplo: uma das figuras mais bonitas e impressionantes que já sensibilizaram a autora foi a de um cacique de uma tribo do Xingu. Teria talvez mais de 70 anos. Embora quase maltrapilho, a sua postura e dignidade era a de um rei ou de um papa, irradiando ao mesmo tempo serenidade, sabedoria e humildade, em uma imagem inesquecível e comovedora. Na transparência de sua imagem sentia-se a sabedoria ancestral de um povo, sua árdua sobrevivência e, sobretudo, sua dignidade.
Sempre acontecem nas aulas momentos de grande poesia e beleza, quando a sensibilidade e os afetos dos dançarinos se expandem espontaneamente pelos movimentos sem teatralidades ou pretensões. Os corpos assim tomados pela música e emoção passam uma mensagem transcendente que nos toca e contagia, a linguagem da dança se faz clara aos nossos sentidos como uma expressão total de cada ser, que transcende os discursos e as palavras.
O prazo de um ano em um grupo de Biodanza bem estruturado parece suficiente para favorecer a elevação do nível geral de saúde e qualidade de vida dos participantes idosos. Entretanto, há certos tipos de problemas que necessitariam de mais tempo para serem resolvidos e a continuidade num grupo seria benéfica. Em uma instituição como a UnATIUERJ não haveria condições de prolongar esses períodos, uma vez que a procura é muito grande e os espaços e horários são limitados, porque há outros cursos programados. Em cada semestre, são oferecidos dois módulos de Biodanza: um para principiantes e o outro para os que têm alguma experiência. Os alunos ficam bastante preocupados com o término do segundo período, temendo que os benefícios colhidos se anulem pela falta de vivências, mas entendemos que essas são transformações que se integram a eles e vão se estendendo às suas vidas. As transformações advindas de uma técnica como a Biodanza não são impostas por regras, treinamentos mecânicos e padrões de conduta; acreditamos que se processam pela dissolução suave de bloqueios e pelo resgate de uma integração saudável nos múltiplos aspectos de um indivíduo. Uma forma de dar continuidade para a Dança da Vida seria, após a integração de suas conquistas, estendê-las ao cotidiano, buscando a construção de situações de afeto e solidariedade.
Os movimentos, a expressão, o ritmo, a fluidez, o engajamento com os outros e a entrega às próprias vivências nos esclarecem simultaneamente sobre os estados interiores dos alunos e suas formas de agir. A imagem em movimento revela a sua natureza numa verdadeira síntese existencial de vitalidade ou depressão, de falta de motivação, hipertrofia do ego, rigidez, desconexão com a realidade etc.; é a sua leitura, incluindo gestos e expressão, que nos permite fazer diagnósticos e constatar a evolução individual e grupal. Também anotamos ocorrências significativas em aula, ouvimos relatos, juntamos depoimentos escritos e no fim de cada período avaliamos os resultados com os alunos. São respeitados os limites de cada um, os seus ritmos de desenvolvimento, assim como são enfatizados todos aspectos positivos da sua evolução.
Segundo a Biodanza (Sistema Rolando Toro), consideram-se resultados positivos para as turmas de Terceira Idade as transformações de acordo com as linhas de vivências, que poderiam servir de referências num processo evolutivo. À medida que vai havendo uma liberação de padrões limitadores e repressões, começam a se manifestar melhorias na saúde, comunicação e na própria qualidade existencial como um todo: no campo da vitalidade, há indicações de aumento da resistência física, diminuição dos sintomas psicossomáticos, regulação da pressão arterial, diminuição da tensão e rigidez motora, maior equilíbrio neurovegetativo, melhora da capacidade respiratória, elevação da qualidade da saúde geral. Quanto à afetividade, temos observado melhoria de comunicação, generosidade e preocupação em ajudar aos demais, demonstrações de afastamentos a preconceitos e discriminação. No âmbito da sexualidade, encontramos relatos de aumento da resposta sexual e de redução de preconceitos sexuais. No espaço da criatividade, nossas experiências têm apontado no sentido do fortalecimento da coragem existencial, envolvimentos artísticos e criativos, além do aumento da flexibilidade e da capacidade para mudanças. Finalmente, na transcendência parecem revelar-se sentimentos de harmonia e plenitude interna.
Como professora da UnATI-UERJ, em um período de sete anos tenho registrado relatos de dezenas de alunos sobre efeitos da Biodanza nas suas vidas e saúde. A maioria refere sentir-se mais feliz, com melhorias nas dores articulares, depressão, angústia, no controle da pressão arterial. Os participantes parecem mais alegres e comunicativos com a Biodanza: seus relacionamentos familiares são relatados como mais tolerantes e afetuosos e, em casos de agressão e maus-tratos, passaram a dar limites às opressões. Manifestações de maior facilidade para expressar emoções e sentimentos, dar e receber carícias e conviver com diferenças estão presentes em suas falas. A preocupação com o corpo parece mais presente não só em relação à saúde em si, mas também à aparência, assim como se tornar mais elegante e atraente, desde o caminhar até suas posturas e expressão. Manifestam-se como mais confiantes em si mesmos e valorizando- se mais como pessoas. Grande parte dos alunos exprime grande interesse pela sexualidade, não só no esclarecimento de dúvidas, mas também pelo desejo de encontrar parceiros, no que são encorajados. Apreciam muito os exercícios que estimulam a sensualidade e seus efeitos rejuvenescedores. Demonstram dar maior valor à expressão própria e potencial criativo, seja em atividades rotineiras, artesanais ou artísticas e na participação comunitária. Referências a um maior respeito e harmonia com a natureza, com os outros e consigo mesmo são freqüentes.
Selecionamos alguns trechos de depoimentos de alunos em relação aos efeitos das vivências, cujos resultados coincidem com os objetivos de nosso projeto.
Como diz a música: ‘Viver e não ter a vergonha de ser feliz...’, é assim que sinto a Biodanza, que revelou para mim uma nova maneira de sentir a vida. Sem temor, com alegria, sabendo dizer" não "na ocasião certa, sabendo dar e receber sem complexos e culpa, e tirar das adversidades as coisas boas e lições que ela contém. Assim eu compreendo a vida antes e depois da Biodanza. ( J., 69 anos)
Com rugas e cabelos brancos, aposentada após 30 anos de trabalho, eu achava que a vida daí para frente seria monótona. Quando comecei a fazer a Biodanza, tudo ficou diferente. Foi se transformando a minha angústia, a tristeza e o medo foram substituídos pelo prazer de aprender, realizar, participar e dançar sem sentir medo da vida. Aumentei o meu potencial de autoestima, confiança e personalidade, deixando para trás tristezas passadas. Hoje tenho energia interna, fé e esperança. (E., 64 anos)
Tenho problemas de coluna (artrose, escoliose e osteoporose), razão pela qual sinto muitas dores nas costas. Apesar desses problemas, quando faço os exercícios de Biodanza, e pratico todos, não sinto dores nem cansaço. (H., 81 anos)
A Biodanza foi para mim uma estrela que surgiu na minha vida. Biodanza é amor, carinho, paixão, ternura, sexo, sensualidade, expressão do corpo, suavidade, carícias, paz, tranqüilidade e muito mais que não sei como explicar. O importante é o que ando sentindo desde o momento que começamos a participar dessa dança. (D., 65 anos)
Na Biodanza, aprendi a conhecer cada movimento do nosso corpo através da música. Criamos gestos que traduzem nosso sentimento, acordando dentro de nós aquilo que estava dormido por muitos e muitos anos. Aí despertamos com alegria para a vida, passamos a dar mais valor a tudo aquilo que está a nossa volta e daí vem a felicidade de saber que cada um de nós tem a sua grande importância na vida, dentro do seu "espaço". (C., 70 anos )
Depois que comecei a fazer Biodanza, eu melhorei da coluna e não sinto mais as dores que sentia antes quando andava e subia no ônibus, e também estou mais animada. O meu ortopedista me achou muito bem. (M., 76 anos )
Quando comecei a fazer Biodanza, me sentia sem objetivos. Tudo parecia adormecido, pensava que estava velha, mesmo. A Biodanza me transformou e mudou muito em mim, tudo passou a funcionar bem. Agora me sinto uma criança, cigana, poeta e guerreira. (J., 68 anos )
Antes de participar da Biodanza mesmo tomando remédio minha pressão arterial chegou a 21 x 11. Atualmente, mesmo descuidando do remédio, tenho verificado periodicamente a pressão arterial e a mesma tem estado em torno de 13 x 8. (L., 67 anos)
É a Dança da Vida e todo nosso corpo com essa emoção... Conseguimos fazer coisas maravilhosas que nem tínhamos consciência de que sabíamos fazer. É a identificação com o grupo, é a aceitação serena dos nossos semelhantes, é um turbilhão de sentimentos que vamos deixando escapar... (A., 66 anos)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto corresponde aos primeiros registros de minha experiência de sete anos com a Biodanza para a terceira idade na UnATI-UERJ. Os relatos dos participantes têm indicado resultados favoráveis que reforçam minha confiança nos procedimentos que adotei. Entretanto, meu espírito crítico impele-me a reflexões mais criteriosas. Podemos pensar, por hipótese, que os idosos que freqüentam esse programa para a terceira idade certamente procuram-no movidos por alguma necessidade anterior, por alguma busca que poderia caracterizá-los como pessoas com "pré-requisitos" facilitadores para a mudança, desejosas mesmo de transformação. E a Biodanza estaria cumprindo um papel semelhante ao de outras atividades que resultariam em relatos semelhantes aos que encontramos. Várias dessas pessoas idosas participam de outras atividades oferecidas na UnATI e em outros campos da vida, e os efeitos que registrei e atribuí à Biodanza certamente são também conseqüências dessas outras vivências, uma vez que não há como estabelecer relações de causa e conseqüência para cada uma dessas atividades em separado. Até onde vai a participação da Biodanza nas transformações que estariam se processando nessas pessoas?
Os alunos que freqüentam a UnATI-UERJ caracterizam-se, em sua maioria, por um padrão elevado de realização de atividades da vida diária. Estariam estas perspectivas otimistas relatadas também presentes em outros grupos de idosos, talvez mais debilitados ou menos disponíveis para reorganizar suas vidas?
Posso ainda considerar a possibilidade de que estes relatos tão marcadamente favoráveis correspondam, em algum grau, a demonstrações de assimilação dos conteúdos abordados nas atividades; poderiam também representar, de alguma maneira, tentativas de manutenção do vínculo com a atividade que se encerra; trariam também em seu interior formas de expressar gratidão ou outros sentimentos semelhantes como retorno, retribuição a professora percebida como dedicada em seu trabalho de busca de caminhos para a reconstrução dessas vidas ansiosas por novos rumos?
Pergunto-me, ainda, se não haveria pontos negativos nessas atividades que os idosos estariam eventualmente omitindo, de forma deliberada ou inconsciente?
Os registros guardam um caráter bastante preliminar e necessitam de aprofundamento posterior. Ao mesmo tempo, dado fato de que estudos sistemáticos no campo da Biodanza, especialmente para pessoas idosas, são raros, acredito que a experiência relatada venha a se constituir em contribuição para aqueles, que como nós, ainda não contam com respostas mais sólidas para os questionamentos que enfrentamos quotidianamente, mas que trazem da vivência hipóteses que indicam ser a Biodanza um caminho a ser explorado.
Autora do texto : Thais de Azambuja
*Thais de Azambuja é artista plástica, arte-educadora, facilitadora didata em Biodanza pela International Biocentric Foundation e Professora da UnATI/
UERJ em Biodanza e na Oficina de Criação para Terceira Idade.
1A autora informa sobre a origem da carta, ao transcrevê-la: "Tradução do texto considerado autêntico da carta do chefe Seattle que, em 1855, respondeu à proposta dos Estados Unidos de comprar a terra dos índios. O texto procede da UNEP-Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente." (N. da Editora Executiva).
2A ala das baianas é um componente tradicional no desfile das escolas de samba no Brasil, muito valorizada pela beleza plástica de suas fantasias e dança e por ser composta de mulheres idosas em sua maioria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÑEDA, Rolando Toro. Teoria da biodança: coletânea de textos. [S. l.] Associação Latino-Americana de Biodança, 1991. t. I, II , III.
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
KATZ DE ARMOZA, Marcela. Técnicas corporales para la Tercera Edad. 1.ed. Buenos Aires: Paidós, 1981.
MAGALHÃES, Dirceu Nogueira. A intervenção social da velhice. 1. ed. Rio de Janeiro: Papagaio, 1979.
RIBAS, Ângela. Biodança: uma proposta para a vida. Brasília: edição própria da autora, 1994, p.165.
TROTTE FILHO, Francisco. Fundamentos básicos em Biodança; sistema Rolando Toro. Rio de Janeiro: Instituto de Biodança do Estado do Rio de Janeiro, 1983.
ABSTRACT
The Biodanza is a system based in dance, music and meetings where the harmonious existence productions, such as affection, self-confidence, sensuality, pleasure and creativeness, are facilitated. All of that reinforce the individuals’ health areas and reorganize their answers toward life. Since the beginning this discipline produces joy and well-being. Also produces good effects in senior citizens health and life quality, facilitating the expression of hidden potentials. Keywords: aged; dance; dance therapy; quality of life.
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