Lya Luft nasceu em Santa Cruz do Sul, uma colônia germânica do Rio Grande do Sul, em 1938. Criança, estudou numa escola de língua alemã. Apaixonada por livros desde menina, aos 11 anos, decorava versos de Goethe e Schiller. Mais tarde, foi para Porto Alegre, onde se formou em Pedagogia e Letras Anglo-germânicas. Professora universitária, mestre em Lingüística Aplicada e Literatura Portuguesa e Brasileira, traduziu obras de Virginia Wolf, Rilke, Hermann Hesse, Günter Grass e Thomas Mann, entre outros. Poeta, cronista, contista, romancista e ensaísta, é uma das mais prestigiadas autoras da literatura brasileira contemporânea, alia sucesso de crítica e público e é considerada o maior fenômeno editorial brasileiro dos últimos anos.
Lya Luft ensinou Literatura e traduziu grandes autores. Escreveu poemas, contos e crônicas, e, aos 41 anos, surgiu no cenário da literatura brasileira como estrela de primeira grandeza, com o romance As Parceiras (1980), que superou a marca de 20 re-edições, e continua com sua carreira de sucesso. Saudado como o acontecimento intelectual do ano e tema de estudos acadêmicos, o livro conta a história de Anelise, que busca encontrar respostas para seu infortúnio no diálogo com as mulheres que marcaram sua vida – a avó, obrigada a casar-se aos 14 anos com um homem violento, a tia viúva-virgem, a tia anã, a amiga inesquecível e a irmã, personagem forte e decidida, que guarda um estranho segredo. Apontada por muitos como a intérprete mais sutil do universo feminino e dos mitos da sexualidade, da repressão familiar e dos temores infantis, Lya teve sua obra adotada também como fonte para estudos e debates sobre a mulher.As expectativas geradas pelo alto nível de As Parceiras foram correspondidas e superadas pelos livros que vieram a seguir. Em A Asa Esquerda do Anjo (1981), a reflexão sobre a condição humana ocorre a partir da narrativa da vida de Gisela, personagem que, de frustração em frustração, encaminha-se para a autodestruição, imersa num universo marcado por orgulho, hipocrisia, ressentimento e opressão. De forma vigorosa e implacável, Lya expõe as fraquezas e os anseios, os desalentos e os impulsos mais obscuros inapelavelmente presentes na vida de todas as pessoas, levando o leitor a reconhecer-se nos conflitos vividos pelas personagens. No ano seguinte, as questões familiares ocupam a cena no romance Reunião de Família (1982), seguido por O Quarto Fechado (1984), onde, no extremo da tragédia, um casal separado volta a reunir-se ao lado do caixão do filho suicida, e cada qual refaz os passos que o conduziram até ali, revivendo o sofrimento do adolescente morto e de sua irmã gêmea, um ser repulsivo trancado num quarto. Outros romances e livros de poesia seguiram-se numa trajetória de êxitos. A cada livro, uma dança de sedução entre a autora e seus personagens, entre ela e seu leitor, numa conversa íntima, que mantém o ritmo da linguagem e prende a atenção e a emoção do leitor.Em 1999, Lya Luft realiza um projeto antigo e reelabora sua visão da criação literária em O Ponto Cego, uma história de família, um romance de amor e mistério, guiado por um narrador que inventa e desinventa como quer, arriscando-se a cair em sua própria armadilha e ser desinventado. Embora Lya nunca tenha deixado de ser sucesso desde o lançamento de As Parceiras, não foi sem espanto que a crítica se deparou com as estrondosas vendas de Perdas & Ganhos (2003) – mais de 700 mil exemplares vendidos no Brasil, permanecendo no topo da lista dos mais vendidos por mais de 54 semanas, e uma dezena de traduções para idiomas estrangeiros. Afinal, muito raramente uma autora tão bem quista pela crítica e pela academia consegue igual apreço do público. Com Lya, foi diferente. Seu estilo continuou requintado como sempre, a mesma profundidade de observação e a mesma sensibilidade - que explica a capacidade da autora de perscrutar os mistérios mais profundos do ser humano – solidão, morte, amor, vício, assombramento e desencontro – nos conflitos que tecem a trama das vidas de todos nós.Em Perdas & Ganhos, Lya Luft fala sobre o amor, o prazer e a dor da perda, em textos curtos, a meio caminho entre as memórias e o ensaio, indo da sugestão poética ao diálogo quase aberto com o leitor. A cada página, encontramos uma nova maneira de olhar o que nos cerca e uma inspiração para refletir sobre nossas próprias histórias. Na contramão da banalização, Lya baseia sua relação com o leitor numa convocação à descoberta da beleza e das questões existenciais mais essenciais nos acontecimentos comuns da vida. Uma abrangente coletânea de crônicas com o sugestivo título Pensar é Transgredir (2004) deu seqüência ao diálogo de Lya com o grande público, seguido de um volume de poesia Para não dizer adeus (2005) e ainda em 2006, Em Outras Palavras, reunindo crônicas publicadas na Revista Veja.Traduzida em vários países, adotada em escolas e faculdades, comentada em grupos de psicanalistas, objeto de estudos acadêmicos, e ainda admirada e lida por gente comum de todas as idades, tendo trechos de seus poemas e reflexões transcritos em inúmeros blogs, Lya não se poupa de desafios. Depois de consagrar-se em quase todas as frentes da Literatura, estreou como autora infantil, com Histórias de Bruxa Boa (2005), um livro cheio de imaginação, destinado a repetir entre as crianças o mesmo fascínio exercido sobre os adultos.
“A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida. Eu gostaria que, na correria da época atual, a gente pudesse se permitir criar uma pequena ilha de contemplação, de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio, mais prazer.'
Lya Luft
“(...) tento mergulhar na chamada alma humana: seres perseguidos e perseguidores, os sugados e seus vampiros, os desejosos e os desejados, os mortos e os vivos, os amantes e os desamados.”
Lya Luft
“Minha literatura aborda o drama existencial e o mistério de tudo. Tragédia, morbidez, mas também amor, ternura, desejo de encontro, e muita magia, muita transcendência...”
Lya Luft
Leia a entrevista com Lya Luft
OBRAS
Romances- A Asa Esquerda do Anjo – 1981, 2003, Record- As Parceiras – 1990, 2003, Record- O Ponto Cego – 1999, 2003, Record- Reunião de Família – 1982, 2004, Record- O Quarto Fechado – 1984, 2004, Record- Exílio – 1988, 2005, Record- A Sentinela – 1994, 2005, Record- Silêncio dos Amantes (título provisório) – (no prelo) - Record
Contos & Crônicas- Pensar é Transgredir – 2004, Record- Em Outras Palavras – 2006, Record
Poesias- Mulher no Palco – 1984, Siciliano- O Lado Fatal – 1988, Siciliano- Secreta Mirada – 1997, 2005, Record- Para Não Dizer Adeus – 2005, Record
Infantil & Juvenil- Histórias de Bruxa Boa (il. Susana Luft) – 2005, Record- A Volta da Bruxa Boa (il. Susana Luft) – (no prelo), Record
Não Ficção: Ensaios, Memórias- Histórias do Tempo – 2000, Siciliano- Mar de Dentro – 2002, Record - O Rio do Meio – 1996, 2003, Record - Perdas & Ganhos – 2003, Record
Edições Estrangeiras- Alemanha - Perdas e Ganhos (Geriten dês Glücks) - 2005, Ulstein- Catalúnia – Perdas e Ganhos (Pèrdues I Guanys) - 2005, Grup 62 - Dinamarca - Perdas e Ganhos (no prelo) - Bazar Forlag- Espanha - Perdas e Ganhos (Perdidas y Ganancias) – 2005, El Pais / Aguilar - Finlandia - Perdas e Ganhos (no Prelo) - Bazar Forlag- França - Perdas e Ganhos (Pertes & Profits) - 2005, Editions Metailié- Holanda - Perdas e Ganhos (Geven em Nemen) - 2005, De Boekerij- Israel - Perdas e Ganhos (No Prelo), Kinneret-Zmora- Itália - Perdas e Ganhos (Perdite e Guardiagni) - 2006, Rcs Libri / Bompiani- Iuguslávia - Perdas e Ganhos (Dobici i gubici) – 2006, Laguna- Noruega - Perdas e Ganhos (no Prelo), Bazar Forlag - Portugal - Perdas e Ganhos - 2004, Editorial Presença- Portugal - Pensar é Transgredir - 2005, Editorial Presença- Suécia – Perdas e Ganhos (no prelo), Bazar Forlag- UK – Perdas e Ganhos (no prelo) Vermillion
EM BUSCA.....
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..Imagem Pixabay.
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.....*..DO OUTRO*
Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o
meu!
*E como hoje busco com sofregu...
5 days ago
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