Português de Portugal
Morrer.
Desse destino, nenhum ser humano escapará.
E, no entanto, como tememos esse momento!
Com que dor a maioria de nós pensa no instante da morte.
É que fomos ensinados a temer a morte.
Ela nos é apresentada como sinónimo de lágrimas, instante de trevas, definitiva separação dos seres amados.
Abismo e tristeza.
Aprendemos que a morte se faz de luto e mistérios, névoa e saudade.
Mas é preciso se preparar para a chegada da hora final.
Afinal, a cada dia se reduz nossa estada na Terra.
Desde que nascemos, cada respiração assinala a diminuição de nosso tempo no planeta.
Porque o ritmo da vida material nos envolve, quase sem perceber, deixamos de lado a lembrança de que caminhamos mais um passo em direcção à morte. O fim é apenas do corpo físico, pois a alma – a essência do que somos – esta existirá para sempre.
Os séculos correrão, mas nós...
Nós sobreviveremos.
Nessa longa estrada que é a vida, muito iremos aprender.
Outros amores, parentes, lugares e situações irão enriquecer a nossa experiência.
E muitos outros corpos servirão de instrumento para o nosso aprendizado.
Por isso, nada de demasiado apego ao corpo. Ele é importantíssimo, mas é uma ferramenta de trabalho.
Nele temos apenas um auxiliar para a nossa educação.
Com a ajuda desse corpo, vivemos na Terra, construímos uma família e nos relacionamos com outros seres humanos.
Ele é essencial para a vida em sociedade que burila o nosso Espírito.
É que no contacto com as outras pessoas temos a oportunidade de exercitar paciência, tolerância, solidariedade e ética.
Enfim, pôr em prática gestos e situações que são puras manifestações de amor.
E não é esse o objectivo maior de nossa vida:
descobrir, exercitar e vivenciar o amor?
Abrirá os portais de um mundo novo, cheio de descobertas:
a Casa do Pai Celeste.
Um homem de bem morre como alguém que descansa após um dia de trabalho bem feito.
Não tem apego a nada, pois sabe que deve devolver a Deus tudo o que recebeu.
A renovação é a regra geral da natureza.
Quando a morte chega é a hora de devolver ao Mundo o corpo frágil, que se misturará às águas e à terra.
Será consumido, alimentará microorganismos.
Outros seres viverão a partir dali.
E o homem que usou aquele corpo estará longe:
abrirá os braços para o infinito.
Seus olhos contemplarão estrelas, luzes, cores e formas nunca sonhadas.
Seguirá com o coração em festa.
Pronto para novas experiências, disposto a aprender e a amar.
O poeta Rabindranath Tagore, Prémio Nobel de Literatura, escreveu sobre a própria morte:
- É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.
Eu já devolvi as chaves de minha porta.
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo.
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro, apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não perguntem o que levo comigo:
Sigo de mãos vazias e coração confiante.
Momento Espírita
Morrer.
Desse destino, nenhum ser humano escapará.
E, no entanto, como tememos esse momento!
Com que dor a maioria de nós pensa no instante da morte.
É que fomos ensinados a temer a morte.
Ela nos é apresentada como sinónimo de lágrimas, instante de trevas, definitiva separação dos seres amados.
Abismo e tristeza.
Aprendemos que a morte se faz de luto e mistérios, névoa e saudade.
Mas é preciso se preparar para a chegada da hora final.
Afinal, a cada dia se reduz nossa estada na Terra.
Desde que nascemos, cada respiração assinala a diminuição de nosso tempo no planeta.
Porque o ritmo da vida material nos envolve, quase sem perceber, deixamos de lado a lembrança de que caminhamos mais um passo em direcção à morte. O fim é apenas do corpo físico, pois a alma – a essência do que somos – esta existirá para sempre.
Os séculos correrão, mas nós...
Nós sobreviveremos.
Nessa longa estrada que é a vida, muito iremos aprender.
Outros amores, parentes, lugares e situações irão enriquecer a nossa experiência.
E muitos outros corpos servirão de instrumento para o nosso aprendizado.
Por isso, nada de demasiado apego ao corpo. Ele é importantíssimo, mas é uma ferramenta de trabalho.
Nele temos apenas um auxiliar para a nossa educação.
Com a ajuda desse corpo, vivemos na Terra, construímos uma família e nos relacionamos com outros seres humanos.
Ele é essencial para a vida em sociedade que burila o nosso Espírito.
É que no contacto com as outras pessoas temos a oportunidade de exercitar paciência, tolerância, solidariedade e ética.
Enfim, pôr em prática gestos e situações que são puras manifestações de amor.
E não é esse o objectivo maior de nossa vida:
descobrir, exercitar e vivenciar o amor?
Nada há a temer na morte quando a vida é plena em amor, quando os dias são perfumados pela bondade, quando a consciência é recta e o dever cumprido.Quem vive assim – de coração sossegado e plantando alegrias – aguarda que a vida cumpra seu ciclo natural.
Para este, a hora da morte é serena.Abrirá os portais de um mundo novo, cheio de descobertas:
a Casa do Pai Celeste.
Um homem de bem morre como alguém que descansa após um dia de trabalho bem feito.
Não tem apego a nada, pois sabe que deve devolver a Deus tudo o que recebeu.
A renovação é a regra geral da natureza.
Quando a morte chega é a hora de devolver ao Mundo o corpo frágil, que se misturará às águas e à terra.
Será consumido, alimentará microorganismos.
Outros seres viverão a partir dali.
E o homem que usou aquele corpo estará longe:
abrirá os braços para o infinito.
Seus olhos contemplarão estrelas, luzes, cores e formas nunca sonhadas.
Seguirá com o coração em festa.
Pronto para novas experiências, disposto a aprender e a amar.
O poeta Rabindranath Tagore, Prémio Nobel de Literatura, escreveu sobre a própria morte:
- É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.
Eu já devolvi as chaves de minha porta.
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo.
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro, apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não perguntem o que levo comigo:
Sigo de mãos vazias e coração confiante.
Momento Espírita
O Canto da Ave
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