Ética e jornalismo no filme Boa Noite e Boa Sorte
Atualmente fala-se muito da questão da ética nos vários setores da sociedade global, mas o que parece ser apenas um simples comentário, traz a tona as falcatruas existentes nesse meio. Isso é bastante notório, sobretudo, no parlamento onde diversos partidos utilizam estratégias para coibir seus adversários. Será mesmo que é preciso ser ético no mundo onde os mandantes são os que têm dinheiro? Esse talvez seja um questionamento a longo prazo e, por isso, não tenhamos respostas “concretas” para essa discussão.Ser ou não ser ético, muitas vezes, é uma questão relativa, pois depende do ponto de vista de cada profissional, no que tange as coberturas das notícias. É certo que há momentos em que a busca da dita “verdade” jornalística pode dar ao repórter uma posição diante da sociedade de “herói”, quando este para obter determinadas informações precisa burlar as normas. Mas, além disso, é preciso que haja vontade de informar a população e saber conduzir os fatos sem manipulação dos meios de comunicação.No filme Boa Noite e Boa Sorte, cuja história se passa nos anos 50, diante do tenso cenário dos pontos altos da Guerra Fria, por exemplo, mostra o cotidiano dos jornalistas desse período e a maneira como o jornalismo televiso é feito, ainda que, para a época, as estratégias e a manipulação nas informações eram bem visíveis. Além disso, confronta o jornalismo engajado e o comercial. O filme é interessante, porém, ao mesmo tempo, é monótono por ser apresentado em preto e branco, embora seja de caráter documental reforçado por uma de suas mais belas estratégias: o uso de uma fantástica trilha sonora jazzística (interpretada pela “diva” Diana Reeves), que surge intercalando (e comentando) os principais episódios da história, contribuindo em muito para o clima melancólico de um período marcado pela perseguição e pela injustiça.A questão da ética nesse filme surge quando a dissimulação interpretada por McCarthy começou a ser desmascarada por Murrow quando ele resolveu averiguar o que se escondia por trás da prisão de um piloto da Força Aérea, Milo Radulovich, acusado de ser espião comunista, e, para tanto, provocar publicamente o senador, o qual, por sua vez, não poupou esforços para fazer do próprio jornalista e sua equipe mais uma de suas vítimas.Outro filme que também traz um belo questionamento sobre a ética no meio jornalístico é “A Montanha dos Sete Abutres”, dirigido em 1951 pelo austríaco Billy Wilder e conta a realidade do mundo jornalístico e suas implicações nas vidas de quem, de uma hora para outra, se vê envolvido por ele. O repórter Chuck Tatum (Kirk Douglas), não se preocupa com as questões éti¬cas que cercam sua profissão e que, para sobreviver, acaba trabalhando num pequeno jornal de uma cidade no interior do Novo México e passa algum tempo recebendo migalhas esperando uma nova oportunidade.A sua chance chega quando é destinado a cobrir uma matéria em um determinado local e, no meio do caminho ele fica sabendo que uma pessoa estava presa em uma montanha chamada de “A Montanha dos Sete Abutres”. Ele resolve montar um circo ao redor do fato chantageando autoridades locais e retardando em seis dias um resgate que poderia ser feito em poucas horas.Comparando os filmes citados com o livro Ética e Jornalismo, de uma cartografia de valores, da autora Mayra Rodrigues Gomes pode-se compreender que a briga pela audiência e o espetáculo das notícias deixa evidente o distanciamento do veículo com o Código de Ética que rege a conduta moral e legal do jornalista.A maneira como a mídia forja as informações visando atingir o público, que em sua maioria, não questiona sobre o acontecido, mas aceita tudo o que lhe foi passado, talvez por falta de oportunidade, deixa claro o poder que essa tem no formato das notícias. Evidentemente que há pessoas mais gabaritadas que não aceitam as imposições dos meios de comunicações e, portanto, levam as suas idéias mais adiante, ainda que seja uma minoria.“Artigo 9º do Código de Ética- É dever do jornalista: a) Divulgar todos os fatos que sejam de interesse público. b) Lutar pela liberdade de pensamento e expressão. c) Defender o livre exercício da profissão. d) Valorizar, honrar e dignificar a profissão. e) Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração dos Direitos Humanos. f) Combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercida com o objetivo de controlar a informação. g) Respeitar a privacidade do cidadão. h) Prestigiar as entidades representativas e democráticas da categoria”. (GOMES, Mayra , 2002)A autora apresenta os códigos de ética junto ao dos direitos humanos fazendo uma relação entre ambos. O livro tem uma linguagem simples e é importante para os futuros profissionais de comunicação, sobretudo, os jornalistas saberem o que podem e não podem deixar de fazer. O artigo 6º - diz que o exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, e de finalidade pública, subordinada ao presente Código de Ética. O artigo 7º - fala que compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e o seu trabalho pauta-se pelo apuramento preciso dos acontecimentos e a sua correta divulgação.( Votado em congresso nacional dos jornalistas. Em vigor desde 1987.)Portanto, julgar a pessoa por ela ser ou não ético é um assunto que merece outras discussões, uma vez que, muitas vezes, atende a certos interesses, e que, foge completamente da teoria aprendida em sala de aula da academia.
Fonte de Pesquisa: Internet
EM BUSCA.....
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..Imagem Pixabay.
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.....*..DO OUTRO*
Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o
meu!
*E como hoje busco com sofregu...
2 days ago
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