Houve um tempo em que só se chegava ao poder através da violência. Reis e imperadores conquistavam o próprio posto e, de quebra, o império do vizinho usando a guerra ou golpes de Estado bastante sangrentos. Sem lugar nesta sociedade em que só se vencia no muque, as mulheres começaram a usar armas mais delicadas, mas igualmente fatais, para conseguir ter alguma influência. Figuras como Cleópatra, Helena de Tróia, a sereia chinesa Hsi Shi e Betsabá, do Velho Testamento, foram algumas das que perceberam as sutilezas da sedução. O livro A arte da sedução, de Robert Greene, que a Editora Rocco tem o prazer de lançar, mostra como homens poderosíssimos como o rei Davi, o troiano Páris, os imperadores Júlio César e Marco Antônio e o rei Fu Chai viram-se de repente completamente escravizados pelas mulheres que amaram. Recheado de histórias saborosíssimas e construído como um híbrido entre enciclopédia e um irônico manual de auto-ajuda sobre o assunto, o livro de Greene mostra como seduzir virou uma arte praticada por pessoas de todas as classes sociais. O sedutor, explica ele, tem sempre a seu favor uma arma duradoura, que apela não para a quantidade de soldados ou de dinheiro que o inimigo tem, mas para suas fraquezas emocionais. Quem seduz faz com que a pessoa que é o alvo a ser conquistado se torne dependente de sua presença, acredite que não é possível continuar vivo sem a companhia do ser amado. E, para manter o sedutor ao seu lado, o seduzido é capaz de fazer loucuras. Os capítulos do livro são recheados de deliciosas notas laterais que citam de Ovídio a Baudelaire e fazem uma espécie de história da sedução na literatura e na cultura. Sedutores na vida pública, como Napoleão (Quanto a mim, tenho o poder de eletrizar os homens, disse o general), também são lembrados com suas frases antológicas. Na primeira parte, Greene lista os tipos de sedutores, ilustrando cada um deles com personagens famosos da história e das artes. Descreve a Sereia, o Dândi, o Libertino, o Amante Ideal, a Coquete e a Estrela, entre outros. Em cada um destes capítulos, o personagem debatido é dividido em subgrupos, em que suas características são ainda mais trabalhadas. No capítulo sobre a Sereia, por exemplo, Greene apresenta a Sereia Espetacular (que teria sido encarnada por Cleópatra à perfeição) e a Sereia Sexual (representada por Marilyn Monroe). No fim, assim como faz em todos os outros capítulos sobre tipos sedutores, dá as chaves para entender o personagem, para se transformar nele da melhor maneira e também para evitar as armadilhas sedutoras de quem já encarna uma Sereia ou qualquer outro tipo com facilidade. A segunda parte do livro é dedicada ao Processo sedutor. O autor mostra, com a mesma desenvoltura, o passo a passo da conquista. Ensina como escolher a vítima certa a ser seduzida, como evitar ambigüidades e, com muito cinismo e humor, aconselha o aprendiz de sedutor a insinuar triângulos amorosos para aparentar ser uma pessoa disputada para o objeto de conquista. Greene também diz que todo sedutor é mestre em gerar confusão e em estimular a insegurança alheia: acreditando que só o sedutor pode amá-lo e suprir suas necessidades de prazer e abrigo, o seduzido vira uma isca perfeita. A conclusão do livro é sedutoramente terrível: todo sedutor precisa ter a frieza de abandonar sua vítima mais cedo ou mais tarde. Do contrário, acaba sendo envolvido por ela. A arte da sedução vem ainda com dois apêndices: em Ambiente sedutor/ Tempo sedutor, o autor ensina o que é preciso para criar o melhor cenário e ter o melhor timing para atingir seus objetivos. Em Sedução sutil e indireta: como vender qualquer coisa às massas, mostra como aparentar segurança, carisma e liderança diante de pequenos ou grandes grupos.
EM BUSCA.....
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..Imagem Pixabay.
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.....*..DO OUTRO*
Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o
meu!
*E como hoje busco com sofregu...
4 days ago
1 comment:
olá mt bom estou a procura desse livro é bem caro, não teria a versão pdf?
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